Alma feminina
Em todo corpo de escultural beleza
Em toda curva suave que se delineia
Reside a essência de breve leveza
Vê-se o fado de uma mitológica sereia
Presa entre os laços carnais súbitos
Está a alma que um dia foi perfeição
Mas que agora se divide entre os júbilos
E esta terráquea e enfadonha missão
Neste veio que se faz mulher, tão frágil
Um dia já houve uma plenitude ágil
No paraíso se fez um anjo magistral
Porém, hoje, pelo vil e original pecado
A alma feminina perdeu seu dom alado
Ficando condenada à falha lei natural