DESISTÊNCIA
Odir Milanez
Dos meus versos desisto o que foi feito.
Meus descridos desejos são sem graça.
Por mais empenho e força mais que faça,
não saem dos domínios do meu peito.
De confessar o amor perdi o jeito,
meu estro esmaecido se esfumaça.
Bem mais fácil o infortúnio da negaça
do que alcançar meu verso algum proveito.
Desisto do poema e me prometo
em mantê-lo refém de meu segredo
e ao segredo também me submeto.
Do parnaso me aparto. Tenho medo
que minh' alma, desnuda num soneto,
desista de ser sonho e morra cedo...
JPessoa/PB
17.01.2012
oklima
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Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos de amor...