MALDITA BONDADE
Feliz daquele que no livro d'alma
Não tem folhas escritas
E nem saudade amarga, arrependida,
Nem lágrimas malditas!
Álvares de Azevedo
Ai! Maldito é esse pesar que me invade...
E do meu peito lágrimas pranteadas
Saem, pois sós, minhas amargas enxurradas
De poeta triste...que aos poucos se abate.
-E vos digo... Maldita é essa bondade!
De acreditar em histórias arreadas
De amores encontrados nas calçadas
Do pra sempre... Que não dura a eternidade...
Se ao menos eu não a tivesse vivido,
Deus! E de amores, com ela, me perdido
Talvez assim , ela ir, fosse mais fácil...
Se ao menos não me tivesse enganado,
Seria apenas eu, um pobre amargurado..
Que não beberia do amor em seu cantil...