A BUSCA DO POETA

Poetar é labuta tortuosa

Este tropel de ilusão que a alma

Desvelada cultua

Remoendo sonhos,

Essa mania estranha

De fingir que a dor

Que lhe dói não é sua

Escravo do amor

(Que às vezes, nem existe)

De tudo o que a ele propicia

Caminha pela terra

Sonha com a lua

Trilha os descaminhos

Do amor que lhe escapa

Sempre de forma tão crua

Segue o destino

Indisfarçável,

Às vezes, cruel

Sua razão de vida

é buscar o impossível

De encontrar na terra

O que talvez

Só exista no céu

Cavalga brumas

De angustia

Cruza nevoeiros

De desalento

No entanto, sempre acredita

Assim lança suas velas ao mar

Sua única esperança

São as pobres palavras

Inutilmente

Jogadas ao vento!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 11/03/2007
Reeditado em 03/08/2017
Código do texto: T408502
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