Soneto de Dom Luis de Góngora

*** Este soneto de Dom Luis de Góngora, traduzido pelo eminente intelectual SERGIO PACHÁ, foi repassado para mim por Wagner Ribeiro, intelectual sergipano e amigo do filólogo e tradutor.

Mientras por competir con tu cabello

oro bruñido al sol relumbra en vano;

mientras con menosprecio en medio el llano

mira tu blanca frente el lilio bello;

mientras a cada labio, por cogello,

siguen más ojos que al clavel temprano,

y mientras triunfa con desdén lozano

del luciente cristal tu gentil cuello,

goza cuello, cabello, labio y frente,

antes que lo que fue en tu edad dorada

oro, lilio, clavel, cristal luciente,

no sólo en plata o vïola troncada

se vuelva, mas tú y ello juntamente

en tierra, en humo, en polvo, en sombra, en nada.

*

Enquanto, a competir com teu cabelo

o ouro brunido ao sol reluz em vão;

enquanto, sobranceira, em campo chão,

tua fronte branca encara o lírio belo;

enquanto a cada lábio, por colhê-lo,

vão mais olhos que ao cravo, no verão;

enquanto triunfa, com desdém loução,

teu colo do cristal, com escurecê-lo:

goza colo e cabelo e lábio ardente

e fronte, porque o que foi na era dourada

ouro, lírio, cristal, cravo rubente,

não só em prata ou víola estiolada

se torna, mas tu e ele, juntamente,

em terra, em fumo, em pó, em sombra, em nada.

(Tradução de Sergio Pachá)

***

PUBLICAÇÃO AUTORIZADA.

Repito o que já escrevi anteriormente: para mim é uma honra ter minhas traduções lidas e apreciadas pela nata de Sergipe. Rogo-lhe a você e a seus amigos que se sintam à vontade para, se assim lhes aprouver, copiar e compartilhar esses trabalhos com outros amigos.

Um grande abraço e até breve.

Sergio.