AGRURAS
Ah! Esse vácuo medonho que sinto no meu seio!
Muitas vezes penso... Se pudesses uma vez, uma só vez,
Apertá-la ao peito, todo esse vácuo haveria de se encher.
(Os Sofrimentos do Jovem Werther – Goethe)
Ah! Naqueles olhos vive minh’alma
Negros, como meu peito se tornou...
Doces amores, ilusão se formou
A lira, que nas noites me acalma.
Sofro! Mas hei de por ela sofrer
sempre, eu não posso assim me afastar
Pois sem o amor podeis me matar
Querido amigo, hei de perecer!
Nos agouros de tuas boas agruras
Não posso eu deixar de me ludibriar
Pois tua realidade há de me revelar
Que não tenho ela... Não posso viver!
Sem ela...Sem esse meu pobre coração..
Não sou eu, como Cristo, em sua Paixão?