VITRAIS
Meu coração tem tantos labirintos
Veredas que até eu próprio desconheço
Tateando a face de minh’Alma a sinto
Surpreendido sou, então, comigo mesmo.
Que busco eu em pô-las nestas quadras
Donde desconcerto latumiações e ais?
Outrora a dor o meu coração guardara,
Mas ei-la aqui, tão fora dos umbrais.
Não meço o medo de mostrá-la vil
Toda esta dor latumiada à lira
Medíocre, e à compaixão hostil.
Pois pertence menos a quem usou a pena
Do que àquele que pasmado vira
O seu sofrer nos versos do poema.