OLHAR DE JANGADEIRO. soneto-306.
Jangadeiro que veleja em alta noite,
E sempre rompe a aurora quando vem,
As fortes ondas o acossam em açoites,
Traz nos olhos imagens de mundo além.
O forte vento que lhe empurra a jangada,
Em vão distingue até onde quer chegar,
E as noites claras com a lua prateada,
Vem a saudade que marejam seu o olhar.
Sente as ondas que a jangada suspende,
Em alto mar a dura vida o surpreende,
O olhar é inquieto a favor de sua sorte.
Em mar revolto apega-se a experiência,
A olhar o céu desenha a pedir clemência,
E avista a terra mui’ alegre o bravo forte.
Cosme B Araujo.
13/01/2013.