Cântico à loucura

Neguei o mel de amar e definhei suas flores.

Aos poucos me vi afogando no cálice do medo.

Perdi e me prendi ao desejo de ter assas

e me achei não querendo mais voar.

Nutri-me de ilusões que via e sonhava

sempre escondendo a ironia contida no pavor.

A pobre alma sonâmbula vaga no vale da loucura

chorando ventos e ventando lágrimas.

Tendo sempre em mente ideias mortuárias

que acendiam como pirilampos conturbados

e as olheiras, carregadas pelo fel de viver e perambular

como estrelas decadentes. Sem brilho, sem luz.

Os pés falham no andar, onde o chão sucumbe;

pisam em falso. Afinal o que vem depois da loucura?

Ora... se soubéssemos, loucos não seríamos.

Exorcista
Enviado por Exorcista em 13/01/2013
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