Procuras


Procurei inutilmente em outros braços, amor,
O calor de um abraço terno, amigo, como o teu,
Procurei, debalde, em outros lábios, com fervor,
O sabor de teus doces lábios, que um dia foi meu.

E quanto mais te procurava, ávido por reencontrar
A merecida paz, que encontrei em nossos momentos,
Sentia que de ti mais me distanciava, por amar
Quem não mais me amava, despida de sentimentos.

Hoje, enfim, reencontrei a paz que mereço e, asceta,
Não te esqueci, mas te tenho bem fundo guardado,
Cravada em meu peito, em meu coração, como uma seta,

Reencontrei, de novo, a verdade do tempo das brumas,
Quando sabia que te procurar significava ter uma meta,
Mas que ao te encontrar significava ter meta nenhuma.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 12/01/2013
Reeditado em 30/09/2013
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