Valdevinos
Torna-me-ei a boémia, pelo que fizeras tu “amada”
Boémio das noites frias, dar-me-ei a dor meretriz
Entre goles e toques, amassos numa solidão safada
Tudo porquê amei, mas não amando, o ser não quis.
Tornarei aos meus velhos sonetos de tristeza
Tal como fado, sempre os fiz com destreza
E por mais que n’alma não se queira aceitar
Quando se é boémio, não se nascera para amar.
Embriagar-me-ei nas dores, que tantas me fizeram
Mas ao chegar na tua, sempre a dor há-de aumentar
E assim em ti parar, só por ti poderei sofrer...
Pois dentre tantas que meus amores tiveram
Penso em ti, e o dito "amor" parece estagnar
A vida boémia será, enquanto o dia em ti viver...