TEMPO

Tu passas e ninguém pode te palpar,

no entanto, que existes nós sabemos.

Contemplando teu passar te conhecemos,

embora não possamos te enxergar.

Nós te medimos esperando teu chegar,

mas o teu fim, porém, como saberemos?

Pois ora te buscamos, ora te perdemos,

ora nos sobra, ora estás a faltar.

Cumpre o prazo, realiza desejos,

mancha a beleza, mostra a vaidade,

responde perguntas, revela segredos.

És como vento de uma tempestade,

varrendo mágoas e curando os medos,

espalhando amores, trazendo saudades.