Do próprio Amor VII
"Porém, temendo Amor que aviso desse
Minha escritura a algum juízo isento,
Escureceu-me o engenho co tormento,
Para que seus enganos não dissesse."
(Luis Vaz de Camões)
Eu quis um verso doce que deixasse
As marcas imortais do Amor sublime
Nos olhos de quem lesse o bem do crime
Do verso que sonhei e que sonhasse.
Porém, na imagem tida pela face,
Não pude estar no verso que se exprime.
Vivi, morri e o verso - em seu regime -
Não abraçou meu estro tão fugace.
E triste, logo tive o pensamento
De ter perdido todo o sentimento...
Até chegar à certa conclusão.
Se o verso, por Amor, jamais me quis...
O Amor, por verso, faz-me mais feliz
E sede ao peito um beijo em confusão.
08/01/2013