Sobre a empáfia de um tolo moço idoso

Quando o moço aqui chegou montando ardil quimera

Gabou-se sem conter o galope embriagado

que declinava sonhos pisando descuidado

As flores joviais de tenra primavera.

Feriu, sem pensar, a tez da mocidade

Com golpes de arrogância, fingida galhardia

Armou a sua lábia com o pouco que sabia

Tornando-se punhal nas mãos da vaidade

Mas, eis que a sisudez do tolo moço idoso

Calou-se frente ao canto da autêntica amizade

Dobrou, humilde, a fronte dizendo valoroso:

- Já não galopo mais, já não sou mais quem era

Aceito, agora são, a doce realidade

Também tornei-me flor de tenra primavera

Orpheus
Enviado por Orpheus em 09/03/2007
Reeditado em 09/03/2007
Código do texto: T407318