Sobre a empáfia de um tolo moço idoso
Quando o moço aqui chegou montando ardil quimera
Gabou-se sem conter o galope embriagado
que declinava sonhos pisando descuidado
As flores joviais de tenra primavera.
Feriu, sem pensar, a tez da mocidade
Com golpes de arrogância, fingida galhardia
Armou a sua lábia com o pouco que sabia
Tornando-se punhal nas mãos da vaidade
Mas, eis que a sisudez do tolo moço idoso
Calou-se frente ao canto da autêntica amizade
Dobrou, humilde, a fronte dizendo valoroso:
- Já não galopo mais, já não sou mais quem era
Aceito, agora são, a doce realidade
Também tornei-me flor de tenra primavera