GULOSEIMA
Odir Milanez
Ela não anda. Dança à minha frente.
Nem liga para os passos meus, passantes
por sobre a sua sombra - dois amantes
juntos no mesmo espaço transparente.
Suas ancas se alternam num crescente
balouço, nos remexos roçagantes.
Coxas roliças, nunca vistas dantes,
provocam-me visões de adolescente.
O cigarro esquecido a mão me queima.
Suporto a dor, calado, e sigo a teima
de ser por sua sombra absorvido.
E qual criança, sigo na toleima
de olhar seu corpo como guloseima
exposta na vitrine de um vestido...
JPessoa/PB
07.01.2013
oklima
Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos de amor...