O FEIO
Deitas-te, e enfada-me teu ódio...
Bem posso te buscar alguma flor...
E anjos tu não vês do altar ao pódio?
Não vês que eu estou cheio de amor?
Às finas vestes já deslizam dedos...
Da boca te corteja meu vapor...
E tudo tu renegas em segredo...
Que causa tu terias pra essa dor?
Ninguém pode ao outro ser cruel!
E ao refletir-te aos olhos meu horror
Eu bebo junto a ti o mesmo fel...
E nesse extremo sigo, nesse extremo
Eu vou representando meu papel:
Querendo ser maior, e sou pequeno.