Enchente
Edir Pina de Barros
Na enchente, no baixio alagadiço,
os rios, generosos, abrem braços,
as águas se misturam nos espaços
e a vida ganha lume, força e viço;
os aguapés, unidos por mil laços
tramados, entre si, por tantos liços,
que tecem camalotes que, maciços,
se vão, entregue às águas, seus compassos;
lagoas, rios, lagos e corixos,
mesclam-se – tudo fica sem fronteiras –
e somem, sob as águas, os cercados;
dispersos ficam aves, peixes, bichos
nessas paisagens belas, pantaneiras,
que deixam alma e olhos alagados.
Brasília, 6 de janeiro de 2013.
Livros: Poesia das Águas, pg. 38
Ciclos, pg. 15
Sonetos selecionados, pg. 65
poetisa dos campos e dos bichos
canta e vive a vida nas fronteiras
quando pra muitos, tudo é carrapichos
pra ela são espinhos das roseiras.
Marco Bastos
Edir Pina de Barros
Na enchente, no baixio alagadiço,
os rios, generosos, abrem braços,
as águas se misturam nos espaços
e a vida ganha lume, força e viço;
os aguapés, unidos por mil laços
tramados, entre si, por tantos liços,
que tecem camalotes que, maciços,
se vão, entregue às águas, seus compassos;
lagoas, rios, lagos e corixos,
mesclam-se – tudo fica sem fronteiras –
e somem, sob as águas, os cercados;
dispersos ficam aves, peixes, bichos
nessas paisagens belas, pantaneiras,
que deixam alma e olhos alagados.
Brasília, 6 de janeiro de 2013.
Livros: Poesia das Águas, pg. 38
Ciclos, pg. 15
Sonetos selecionados, pg. 65
poetisa dos campos e dos bichos
canta e vive a vida nas fronteiras
quando pra muitos, tudo é carrapichos
pra ela são espinhos das roseiras.
Marco Bastos