TEU DESPERTAR

O corpo esbelto, ainda em decúbito

Enquanto o sol há muito... No dossel

Rompeu a fímbria do horizonte, véu

E o corpo inerme a dormitar no púlpito

Vem despertando aos poucos, não de súbito

Empós a lua cheia a reinar no céu

E eu, do amor, sendo apenas, um réu

Envolvo-me no enleio, sendo súdito!

Entre beijos e amplexos desperta

Pela claridão da janela aberta

O teu corpo diáfano de lume...

Carinhosa, vaidosa, a bela dama

Acorda, dá bom dia, sai da cama, e

Deixa na colcha um rastro de perfume!

Do livro: Poemais

Página 38

Autor: Miguel de Souza

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 06/01/2013
Reeditado em 06/01/2013
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