Do próprio Amor II

"Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos"

(Luis Vaz de Camões)

Procuras, amador, algum sentido

Em teu sentir já quase irracional.

Tu sentes o calor mais infernal

Exposto ao frio mais arrefecido.

Não vives, pois em teu viver contido

Consegues só amar... Amor fatal.

A cada olhar torcido e lacrimal,

O Amor só teu é tanto refletido.

Tu, amador d’Amor algoz e insano,

Perdeste a tua audaz razão de vida

E assim, ganhaste a grã razão d’amar.

Encheste, oh amador, de grande engano

Teu peito que, ao ganhar a tal ferida,

Passou a ter as marcas do luar.

03/01/2013

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 05/01/2013
Reeditado em 05/01/2013
Código do texto: T4068812
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