DELÍRIOS DE AMOR.
É noite e finalmente tu eras minha,
Eu te beijava toda, suavemente,
Teus lábios, um gemido surdo tinha,
E no teu olhar um brilho reluzente.
Em tua boca, inda mais me detinha,
Depois, ia descendo qual lava ardente;
e ao descobrir-te inteira, e nua, vinha
com meus beijos, te cobrir novamente.
E beijando os teus seios, os teus quadris,
Sentia que a minh'alma queimava em chamas,
E o coração ardia em delírios febris.
Mas então acordo na cama deserta:
Foi tudo um sonho; eu sei que não me amas.
Mas quem sabe... Durmo co'a porta aberta.