MUITO, MUITO ALÉM DO QUANTO PUDE
Do sabor da conquista, vem o vazio
Inverno frio que o triunfo embriaga
De rompantes que o fastio estraga
N’um jorro quente de membro no cio
Tu pensas o sucesso, um desvario
Um torvelinho de enxame de praga
Que a avidez engole, tal uma draga
(Soçobra a poeira ardente do estio)
Não é assim, se assim tu pensas!
Iludes-te de festins, recompensas
Mas ao fim resta apenas a erva rude
Porque essa vida tem opções imensas
Esperei-te acordar às minhas expensas
Fui muito, muito além do quanto pude...