INÍQUO
Juliana Valis



Tu podes ser na vastidão de tudo

Delírio simples que só faz o bem,

Podes ter paz como teu próprio escudo,

E ainda assim te pisará alguém



Podes acertar quinhentas vezes mil,

Entre as qualidades de tua própria estrada,

Mas basta um erro que já sucumbiu

Pra te lançar no precipício entre tudo e nada




Não, enfim, nada realmente basta

E, assim, é cega a estupidez humana,

E tão injusta que nos desgasta...



E se tudo é artifício de um mesmo mundo,

Brutal, no mar da mesma dor insana,

Onde haverá amor, enfim, profundo ?