SÓ PENSABUNDA

(Soneto misto de sáfico e heroico da minha série de poesias gramaticais)

Olhar perdido, assim cogitabunda,

numa tarde já quase moribunda,

ela cada vez mais meditabunda,

ansiosa, tão carente e sitibunda!

Vem a noite e ela fula e furibunda,

com a sua alma doída e gemebunda,

se transforma e se afoga nauseabunda

num mar de ódio que em dor superabunda!

Pouco depois, mais calma e pudibunda,

mesmo que ainda tétrica e errabunda,

desiste da paixão venerabunda!

Rima, mas ela não é vagabunda!

São só desbundes do sufixo bunda

que, em português, seus radicais abunda!

Genilton Vaillant de Sá
Enviado por Genilton Vaillant de Sá em 04/01/2013
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