Do próprio Amor

*Leitores, fazendo uma releitura de minhas obras, percebi que raríssimas vezes falei diretamente do maior dilema camoniano: o amor. Por isso, resolvi abraçar o desafio de Camões, lançando-me na criação de dez sonetos sobre este tema. Não garanto mais sonetos sobre o assunto, nem mesmo garanto que ficarei só nos dez...

------------------------------------------------------

"Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;"

(Luis Vaz de Camões)

Destino vil d'amar eternamente;

Querer mais do que pode o coração;

Amar assim - sem uma condição...

Amor sem condição, inconsequente;

Destino vil d'amar o ser ausente...

Querer o bem ausente à solidão;

Amar assim - sem ter explicação...

Amor inexplicável d'uma mente;

Querer o indesejado sentimento -

Que cresce a cada seu falecimento...

Razão da flor sem mais razões de dor;

Sentir intensamente a algoz presença

Do ser ausente à vista - não à crença...

Enfim: querer amar o próprio Amor!

03/01/2013

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 03/01/2013
Reeditado em 03/01/2013
Código do texto: T4065609
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.