Grilos
 
A noite está silente e escuto grilos
que habitam cantos ermos de minh’alma
que busca, sem cessar, a luz, a calma,
nos seus recantos, cheios de sigilos.
 
Mas dentro em mim estrondam seus estrilos
que aumentam meu penar e a dor se espalma
(penar não suportado por vivalma,
que busca a paz e dias mais tranquilos).
 
Estrilam tantos grilos nessa noite
de escuridão profunda de quem chora,
 na solidão maior, que me devora.
 
O seu cantar machuca, feito açoite,
aumenta minha angustia, me excrucia,
e mata os sonhos meus, qualquer  poesia.

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 02/01/2013
Reeditado em 06/01/2013
Código do texto: T4063643
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