PERSISTÊNCIA
A lépida esperança à madrugada
de um rejuvenescido recomeço
recobre tudo à frente, toda a estrada
de pluma a aliviar qualquer tropeço.
Jamais virá de novo a malfadada
angústia da derrota em pranto opresso!
A força da ousadia e sua espada
extirpará perigo e estrago espesso!
Mas chega o amanhecer, depois a tarde
e nuvens carregadas, com alarde,
despejam tempestade e pesam pluma.
E a noite vem chuvosa e impertinente!
Porém, brava esperança persistente,
ah, quanto mais se molha, mais se apruma.