A DOR DO OUTRO
De tanto ver a dor do pranto em sua vida
Carrega, assim, o acalanto da vil morte,
Produto de imensa chaga, assaz ferida,
De quem sofre o rigor da própria sorte.
De longe, ao perceber frio cenário,
Lamenta a triste sina, se compadece,
Lançando tão lamentoso comentário
Seguido, incontinente, de uma prece.
Esquece que bem além do seu olhar
Algo daquilo pode vir para o seu canto
Vindo alterar seu conforto e bem estar.
Aí percebe que o sentimento não foi tanto
Ao ver a dor insistente a lamentar
Sem conseguir segurar o próprio pranto.