SACAL
Indescritível desespero meu...
Consome a eternidade do que é bom,
Apaga as luzes do meu lindo dom,
Deixando-me entre vultos neste breu...
Toques gelados de quem já morreu...
No vácuo em que me sinto escuto o som,
Procuro semitom por semitom,
Mas nunca encontro a paz que Deus me deu...
Descrevo a trajetória que não sigo,
Para meu pranto não há ombro amigo,
Verso com meu espírito o que sobra.
Fanático desejo pelo bem,
Esse, que o mundo faz-me viver sem
E a vida, desde sempre, muito cobra...