O Fantasma da Ópera
Nas profundezas duma ópera sombria
Morava um ser medonho, mas tão talentoso,
Qu'enlevava com seu almo canto harmonioso,
Em suas notas doces de melancolia;
Olhos doirados, face obscura e doentia,
Ele vagava p'lo noitecer silencioso,
Languidamente, envolto em manto tenebroso,
Disseminando sua pérfida magia...
Oh! O malfadado só sonhava ser amado,
Afinal, nem seu pai nem sua mãe o amara,
E o seu coração triste tornou-se gelado!
Oh! Caro Erik! se o mundo não fosse tão vão,
Tu terias amor e uma alegria rara...
Mas preferem as máscaras ao coração!
* soneto inspirado no romance "O Fantasma da Ópera", de Gaston Leroux.