ANO VELHO, ANO NOVO
Odir Milanez
O ano velho se vai. Faz-se careta.
Pinta as barbas de branco, aumenta a pança.
Cuidar do tempo vai noutro planeta
que a nossa vaga vista não alcança.
É meia noite quando, de veneta,
escondendo nas brumas tal mudança,
ele volta de fralda e de chupeta,
fingindo novamente ser criança.
O ano velho, ó triste e pobre gente,
jamais envelheceu, como pensamos,
somente é nascituro em nossa mente.
Ficando velhos somos nós que estamos,
somos nós que passamos, tão somente.
Os anos não se vão. Nós é que vamos...
JPessoa/PB
31.12.2012
oklima
Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versdos veros...