Meu Lar
Dias. Anos. Retorno ao lar materno.
Reviro as caixas das recordações.
Fito os retratos, oiço mil canções;
Vejo meu pai fardado, firme e terno.
Lá fora chove. Tremo ao frio do inverno.
Cravo a santinha... dúzias de orações;
Primeira virgem minha das visões!
Soluço e gemo… tudo me é fraterno.
Corro à vozinha, o cheiro de café;
Vejo as irmãs brincando, também peço;
Cerro os portões pesados, me despeço…
Mas que deserto… Aqui nada mais é!
Eu vejo as cruzes no Salgueiro, juntas;
E vou-me embora co'as visões defuntas…
26 de Dezembro de 2012