SONETO DA CONTRADIÇÃO
Belo Horizonte estava manhosa, risonha e plácida,
Repousando nos braços fortes da serra do curral,
O sol estava sendo vorazmente dragado pela noite,
A noite tinha pressa,precisava descortinar o natal.
Meus olhos serviam-se deste banquete magnífico,
Do viaduto são Francisco vi sonhos povoando o ar,
Não importa aonde estão os seres humanos,
Os sonhos latejam ardentes numa noite de natal.
A noite estendeu seu tapete de estrelas no céu anil,
O ar de verão era morno e com mistura de felicidade,
A imaginação tecia com agulha de ouro o abstrato.
Os fogos multicores começaram a permear os ares,
No meio deste mister de confraternização de natal,
Disparos bélicos anunciavam a invasão de uma boca.