SONETO DA CONTRADIÇÃO

Belo Horizonte estava manhosa, risonha e plácida,

Repousando nos braços fortes da serra do curral,

O sol estava sendo vorazmente dragado pela noite,

A noite tinha pressa,precisava descortinar o natal.

Meus olhos serviam-se deste banquete magnífico,

Do viaduto são Francisco vi sonhos povoando o ar,

Não importa aonde estão os seres humanos,

Os sonhos latejam ardentes numa noite de natal.

A noite estendeu seu tapete de estrelas no céu anil,

O ar de verão era morno e com mistura de felicidade,

A imaginação tecia com agulha de ouro o abstrato.

Os fogos multicores começaram a permear os ares,

No meio deste mister de confraternização de natal,

Disparos bélicos anunciavam a invasão de uma boca.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 25/12/2012
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