Amar-te

"Ah, por que será que o amor, sendo

tão terno na aparência, torna-se tão

tirano e cruel quando se experimenta?"

(SHAKESPEARE; Romeu e Julieta, Ato I, Cena I)

Quisera dizer-te tão-somente,

Sem abster-te da alegria ou não,

Que a alegria de ter-te inda sente

O meu tão plangente coração;

E também falar-te ternamente

Que em vão beijar-te é amar-te em vão,

E rente sonhar-te eternamente

É somente amar-te em solidão.

Mas não coubera a mim que a amargura

Da lembrança dura que perdura

Perdurasse co'essa agrura triste!

Não, eu não pensara que o passado

Tornar-se-ia um fado nodoado

E o amor o porquê que tu partiste!

Renan Caíque
Enviado por Renan Caíque em 24/12/2012
Reeditado em 19/03/2014
Código do texto: T4051375
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.