Um ateu

Andava um herege sem rumo

Catando e montando insumos

Desviando-se de todas as Sés

Afinal, ele nunca apegou-se à fé

Driblava e enxugava seu pranto

Cuidava e cicatrizava sua ferida

Sem nunca ter se valido de santo

A terapia aquele boticário valida

Mas nem toda ferida vem calma

Só machuca aquela que é da pele

Sabe curar o que machuca a alma?

Sem remo, o que o barco impele?

Um ateu, sem rumo vai à devirá

Do âmago e da dúvida se esquiva

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 23/12/2012
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