A DOMITILA NA GAITA GALEGA – 1864
Meu primeiro (e talvez o último) soneto com temática escrachada, composto exclusivamente para participar de um desafio.
Velha e cansada, lá vai Domitila,
a dadivosa Marquesa de Santos.
Nada denota a silhueta de encantos,
quando endoidava Dom Pedro, a exibi-la.
Ora devota, a amparar os famintos,
deita criancinhas nos peitos grandões
que despertaram sedentas paixões,
farras de amor em ocultos recintos.
Idos lascivos e intensos calores,
calma a velhice na prece constante,
acarinhando destinos ingratos.
Avantajados quadris gingadores,
formas que tanto agradaram o amante,
regem agora uma orquestra de flatos.