A DOMITILA NA GAITA GALEGA – 1864

Meu primeiro (e talvez o último) soneto com temática escrachada, composto exclusivamente para participar de um desafio.

Velha e cansada, lá vai Domitila,

a dadivosa Marquesa de Santos.

Nada denota a silhueta de encantos,

quando endoidava Dom Pedro, a exibi-la.

Ora devota, a amparar os famintos,

deita criancinhas nos peitos grandões

que despertaram sedentas paixões,

farras de amor em ocultos recintos.

Idos lascivos e intensos calores,

calma a velhice na prece constante,

acarinhando destinos ingratos.

Avantajados quadris gingadores,

formas que tanto agradaram o amante,

regem agora uma orquestra de flatos.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 23/12/2012
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