METACIÊNCIA

Quem morre nos sentidos o sentido

Oculto, quando o mundo lhe diz não,

Prefere murmurar sem ter havido

Pergunta nas respostas que virão.

Assina ser o dono do estampido

Das noites assombradas de rojão,

Mas talha seu destino que vai lido

Na epígrafe de gelo no verão.

Lembrando aos seus silêncios ter ouvido

O vácuo que não cala a sensação

Do verbo, sobremesa do ruído.

Pois sabe que não pode ser razão

(Por mais que de razão se fez vivido),

Se vida é outro nome ao coração.