DESALENTO

Desalento insistente me reside,

sim, se enrosca em mim feito sanguessuga

e preso, emaranhado me divide

traçando em minha face nova ruga.

Mesmo não dando alento, ele persiste,

toma posse da mi’a alma, sobrepuja.

Acuada a emoção tem canto triste

igual ao pio agourento da coruja.

Mesmo ordenando que vá, ele ignora

e sorrindo sarcástico me abraça;

não respeita dia, mês, nem ano ou hora.

Desalento insistente eu lhe deserdo.

Seu desdém não aceito, sim, renego.

Ser para sempre amante sua, eu me nego.

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 21/12/2012
Código do texto: T4047354
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