Soneto de um amor menino
Herdei da vida um coração gestante.
A gruta erma onde o amor se abriga,
Nutrido pela emoção amiga
Que vê o eterno se encaixar no instante.
Trago em meu peito um coração materno
Um colo tépido onde o amor descansa
Amamentado por nossa esperança
Que faz o instante parecer eterno.
Por vezes sinto ser o amor menino.
Cria inocente que nós dois tivemos
Traídos por esse querer ladino
Amor, quão meiga cresce essa criança.
Doce rebento que nós concebemos
No leito cândido da confiança.