Soneto de um amor menino

Herdei da vida um coração gestante.

A gruta erma onde o amor se abriga,

Nutrido pela emoção amiga

Que vê o eterno se encaixar no instante.

Trago em meu peito um coração materno

Um colo tépido onde o amor descansa

Amamentado por nossa esperança

Que faz o instante parecer eterno.

Por vezes sinto ser o amor menino.

Cria inocente que nós dois tivemos

Traídos por esse querer ladino

Amor, quão meiga cresce essa criança.

Doce rebento que nós concebemos

No leito cândido da confiança.

Orpheus
Enviado por Orpheus em 07/03/2007
Código do texto: T404532