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ATOLEIMADO [CCCLXXVII]
 


De te pensar, querer demais, um parafuso
parece que se me desprega da cabeça;
então, no afã de não tornar-me o teu intruso,
fico ansioso que o frisson não se arrefeça.
 


Ando a torcer que meu amor por ti nem cresça
e, por crescer sem conta, já se dê confuso,
mas te proclamo a ti ao posto de condessa,
a te ensejares que reproves meu abuso.
 


Quem me viu dantes calmo, sério, ponderado,
hoje se assusta frente ao teu tantã, nervoso,
que fala só, que canta e ri de atoleimado.
 


Tal um gatuno que dormita, numa espreita,
também te espreito a ti, até com céu chuvoso,
e sem temor aos raios, febre e nem maleita.

 

Fort., 20/12/2012.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 20/12/2012
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