SONETO DO PENSAMENTO DIVIDIDO
Calço os pés com um sapato apertado
e no corpo tenho um vestido rasgado
Busco uma estrada de sol e terra
tento andar mas o corpo só emperra
Suor, tédio, desânimo e cansaço
há somento medo por onde passo:
esqueletos, abutres e poeira
e pra voltar não há nenhuma maneira
Não há saída, clara e evidente
nenhuma resposta para os fatos
e os pés já começam a chorar
porém, há de se ir à frente
pois, melhor que trocar os sapatos
é aprender a voar.
1º de Março de 1993