SONETO DE SONHO
Olho para o mar e nele me vejo
refletido em suas águas e espuma
e não existe maneira nenhuma
de evitar-lhe o calor d’um beijo.
Piso no mar, ando sobre ele
qual santo ou louco poderia fazer
nele encontro a alegria de ser
e de não ser, sendo parte dele.
E vivo este tão estranho sonho
de ser carne e água e nada
e um momento feliz lhe proponho:
vem andar comigo, neste mar
na pureza destas águas
e comigo, pra sempre, sonhar.
19 de Maio de 1993