DESAVENÇA LITERÁRIA

Entro em campo com armas em punho,

como quem traz a rude fúria amostra!

Parto pra dentro... Meu oponente se prostra,

ante ao apanágio meu, vernáculo-cunho.

Lá pelas tantas, suas garras, mostra!

E eu quase vou a nocaute... Mas acunho!

Num ringue-cárcere de um mês de junho,

esquivo-me outra vez, na luta "nostra".

Ataco pelos flancos, mudo o estilo,

ele, agora, parece-me tranquilo,

ao final de mais um difícil round.

Ao passar com a placa, uma mulher,

ele traduz um poema do Baudelaire,

e, no item tradução, vou de Ezra Pound.

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 18/12/2012
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