O Banquete

Toma conta de meu ser a felicidade

Extasio-me, elevo meu espírito à amplidão celeste

Visto-me de vento, pairo sobre a cidade

Minh'alma se cobre de flores silvestres.

Manjares divinos, a mim ofertados

Comensal esfaimado por carícias da amada

Miraculosas poções, feitas de amor e pecados

Sem receita, sem bula, sem critério ministradas.

Faz-me sorver o néctar do amor

Dos supremos prazeres, rega o jardim

Augusta soberana da concupiscência.

Meu corpo se curva em devota obediência

Desejo impetuoso, inflamado, sem fim

Rendo-me, enlevado, ao suave langor.

CARLOS CRUZ - 06/03/2007