Confissões (VIII)
Sou lavadeira, as minhas mágoas lavo
nas águas de meus prantos corredios,
na minha tez, fluentes feito os rios,
por conta de um penar, de algum agravo;
a minha própria dor exploro e escavo,
buscando os seus recôncavos sombrios,
os ângulos profundos, fugidios,
por onde medra o fel em cada favo,
e brota nos meus olhos, nos seus cantos
(as lágrimas, da dor, são testemunhas),
e tomba em minha tez, silente e grave;
eu lavo minhas mágoas com meus prantos,
enfrento a dor e cravo nela as unhas
até que se esvaneça, que se acabe.
Sou lavadeira, as minhas mágoas lavo
nas águas de meus prantos corredios,
na minha tez, fluentes feito os rios,
por conta de um penar, de algum agravo;
a minha própria dor exploro e escavo,
buscando os seus recôncavos sombrios,
os ângulos profundos, fugidios,
por onde medra o fel em cada favo,
e brota nos meus olhos, nos seus cantos
(as lágrimas, da dor, são testemunhas),
e tomba em minha tez, silente e grave;
eu lavo minhas mágoas com meus prantos,
enfrento a dor e cravo nela as unhas
até que se esvaneça, que se acabe.