SINA
A força dos meus versos, um momento,
O clarão refulge no calor da tarde,
No ócio do solstício, o alheamento,
O grão astro do céu na pele arde.
E eu solitário, em prosa com o lamento
Do tempo que me entedia, tão covarde,
A brisa contrariando o aquecimento,
Me resfria do suor que me encarde.
E cismo a vida, o fado que me espera,
Não sei se o silêncio aqui coopera,
Preferiria ouvir o alarde da sentença.
Melhor que não ver sequer um amigo,
Alguém que finja se importar comigo,
Mas isso me acompanha de nascença.
(YEHORAM)