A tapera e o viajante

Embarquei nessas linhas tenebrosas

Sem saber o destino que me espera

Mas eu vi que a ultima primavera

Conservou a beleza destas rosas

Da janela eu as vejo tão mimosas

Esbanjando perfume à atmosfera

Mas fitei a rudez duma tapera

Contrastando com flores graciosas

Me embrenhei para a próxima estação

A tapera tão pobre do verão

Transmutava a paisagem noutra esfera

E assim viajei a vida inteira

Cada canto a tapera sorrateira

Dissipava sem dó minha quimera.

Jozias Umbelino
Enviado por Jozias Umbelino em 17/12/2012
Reeditado em 18/12/2012
Código do texto: T4040161
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