A tapera e o viajante
Embarquei nessas linhas tenebrosas
Sem saber o destino que me espera
Mas eu vi que a ultima primavera
Conservou a beleza destas rosas
Da janela eu as vejo tão mimosas
Esbanjando perfume à atmosfera
Mas fitei a rudez duma tapera
Contrastando com flores graciosas
Me embrenhei para a próxima estação
A tapera tão pobre do verão
Transmutava a paisagem noutra esfera
E assim viajei a vida inteira
Cada canto a tapera sorrateira
Dissipava sem dó minha quimera.