CORAÇÃO ERRANTE
 
Reinado de infinitas amarguras
És tu, meu coração débil, sofrido
Demais amaste e, não correspondido
Como antes não sorris, não mais fulguras
 
Lamentas tuas tristes desventuras
No lúgubre jardim já ressequido
Em vão buscas o aroma outrora haurido
Nas barras da saudade te enclausuras
 
Fizeste das lembranças o universo
Repleto de plangência, enfim, perverso
Onde há daquela luz rasto pequeno
 
Entendo que vagueies sem consolo
Seria assaz injusto se por tolo
Tivesse quem está de amor tão pleno