Coveiro
Minha rotina é enterrar desconhecidos:
Choro, perda, luto e corações feridos
Observando a dor de outros; tristeza
Nada sentia, demonstrava frieza
Porém , atendi aquele telefonema
Caí no abismo preso e, com algema
Desejava ver ele vivo novamente
Dessa vez lhe dar meu amor como presente
Ao cavar sua cova, muitas lágrimas
Pálido, minhas mãos tremem, suadas
Estava morto o meu pai querido
Nunca tinha prezado sua amizade
Hoje, um grande vazio me invade
Vivo com remorso do tempo perdido.