Soneto da (im)perfeição

No tédio por não ter nada a fazer

o agora maluco põe-se ao trabalho

de escrever da sua loucura seu ser

tornando-se um escravo do caralho.

Na loucura do seu novo afazer

o ócio mental vira num atalho

para a dor mortal ao "num" escrever

transformando a estrofe em um retalho.

Cansado ao não ter o que pensar mais

enfeita pobremente com jamais

esforçando-se para manter de novo a métrica...em vão.

E já prestes a desistir com ódio

que também é mortalmente um ócio

o são para, reflete, olha e sorri

ao concluir que nem ele nem nada são perfeitos.

Victor Ricardo
Enviado por Victor Ricardo em 15/12/2012
Reeditado em 16/12/2012
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