TANATOLOGIA POÉTICA

Eram dois corpos no asfalto desfalecidos
A alcunha dele cravado no braço da amada
E o dela com uma serpente a ele tatuada
No peito sangrento, revelava um amor oprimido

A lua tenebrosa descaminhando nuvem acovardada
Dava sinais dos corpos pálidos ao chão contusos
Mesclando os dois sangues, duas dores, dois conteúdos
De um mistério repleto de escoriações, à noite confiada

Não tinham prenomes, eram reles indigentes
Nem vestígios de uma vida repleta de ouros
Eram simples, jovens e inconsequentes

A mão em punho escondia um restinho do êxtase
Terrivelmente a vida já não se valia mais nada
Morreram de graça, acertando contas com a “parada”.



Renata Rodrigues
Enviado por Renata Rodrigues em 15/12/2012
Reeditado em 15/12/2012
Código do texto: T4036830
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